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Esse blog é um espaço para a reflexão de como podemos fazer para Viver de Teatro.
É possível? Vale a pena?
Espero que meus relatos e os comentários postados aqui por vocês possam servir de debate nessa discussão.



quarta-feira, 26 de março de 2014

Faz tempo...

Tantas coisas acontecem em um ano que quando a gente dá conta o tempo levou e trouxe coisas inesperadas.

Voltando ao Blog hoje depois de muito tempo. Estava com saudade dos desabafos, compartilhamentos e constatações dessa aventura que é viver de teatro.

Destaco aqui alguns tópicos muito interessantes, que depois falarei sobre eles com calma e com toda a dedicação que merecem:

  • Duas turmas, ao mesmo tempo, no Curso Técnico em Arte Dramática - SENAC Ribeirão Preto
  • Palestras sobre O TEATRO NA SALA DE AULA
  • Direção do espetáculo infantil QUEM ROUBOU MEU SAPATINHO
  • Convite para Oficina de Teatro de Rua pelo SESC
  • Início do Processo de Direção de um novo espetáculo de Rua - Carlota Joaquina
  • Início do curso livre de TEATRO MUSICAL no SENAC Ribeirão Preto
  • Aprovação no PROAC - Circulação/ Rua com UBU Rei
  • Festival de Teatro na Espanha

Prometo que volto logo, falando sobre esses processos!

Um abraço a todos e Merd(r)a

quinta-feira, 16 de maio de 2013

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA


 Foto do espetáculo HAMLET - ESPECTRO DE SI MESMO


Com o mesmo título que o dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues deu para uma de suas peças eu inicio o assunto aqui. A nudez ainda é um impacto polêmico que permeia a arte teatral.

No auge dos anos 70 a nudez era uma forma libertária que muitos artistas usavam para ecoar numa sociedade hipócrita e presa a padrões morais. Mas o que é estranho é o fato de que ainda hoje temos pessoas que ficam chocadas com essa atitude quando levada à cena.

Parece que o nu é até perdoado quando mostrado no cinema ou nas artes plásticas, mas no teatro... Quanto barulho! Em alguns espetáculos que dirigi introduzi algumas cenas de nudez, que pra mim tinham extrema coerência com a proposta da peça. Em alguns momentos, belos e delicados, em outros, escandalosos e eróticos.

O que impressiona é que, após o espetáculo, onde ocorrem alguns debates, muitas pessoas não falam sobre a obra, a estética, mas resumem-se em investigar como foi para o ator a sensação de ficar pelado (a) em cena, mesmo que tenha mostrado apenas um mísero seio.

A sociedade ainda está arraigada ao comportamento da década de 70? Mesmo com as ousadas novelas das 8h (ops! 9h) e com os vídeos que rolam a solta pela internet? Muitos insistem em implicar com o teatro.

O fato mais interessante é que ainda deparo-me com atores, candidatos ao teatro profissional, que ingressam um curso técnico profissionalizante e que têm ainda esses pudores: “não estou preparado”, “meus pais nunca vão aceitar”, “ainda não é a hora”, “meu corpo não tá legal”... Ora, um curso é um momento para experimentar todo o potencial que é exigido de um ator e ficar nu não deve passar pelo crivo da moral, dos pais, da vaidade do corpo e sim pela questão: qual a necessidade? O que se quer dizer com isso em cena? Acontece que essas pessoas, fechadas em seus motivos, não irão se convencer com os milhares de argumentos que professores, diretores e colegas possam encontrar.

Então quando é a hora certa? A hora de tirar a roupa é quando se pede, ou numa rubrica, ou numa sugestão de direção ou mesmo numa proposta de cena. Os motivos estão lá, basta encontra-los ou cria-los.

Uma obra de arte não é feita para agradar aos pais, aos namorados, aos amigos. É uma obra para ser apreciada. Se gostar, come mais, se não gostar, come menos.

E eu tenho certeza... a gente ainda vai voltar nesse assunto por aqui!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Depois da Tempestade vem o que?


Quero comentar sobre dois assuntos que vibraram essa semana envolvendo a turma do curso técnico em Arte Dramática.

O grupo ainda não é grupo, pelo menos profissionalmente estão se empenhando para ser, mas já sofrem as dificuldades que um grupo enfrenta para se ajustar. Formados por pessoas diferentes é óbvio que as ideias e argumentos e alguns momentos se conflitem, mas que fique o que une esse pessoal: o fazer teatral.

Quando o fazer teatral for a massa de união entre artistas, quaisquer problemas pessoais serão dissolvidos e picuinhas não encontrarão espaços para proliferarem.

Num meio onde a vaidade e o egocentrismo brota mais que erva daninha, é comum ver atores com ciúmes entre si, sentindo-se injustiçados, expostos e o diabo a quatro.

Duas questões considero fundamental: 1 – Com Diretor não se discute. 2 – Não se tem o mesmo peso e a mesma medida para soluções parecidas.

Vou começar falando sobre essa afirmação forte de que com diretor não se discute. Gosto da figura do diretor, e, às vezes, também exerço esse papel. Quando delegamos esse “poder” para que um indivíduo exerça a função de direção de um grupo sabemos que ele é o líder e tem uma visão ampla sobre o espetáculo. O bom ator acata, executa. Entrar em discussões só gera um clima tenso e a dispersão de energia que deveria estar sendo gasta para a criação artística. Fui breve, mas posso, futuramente, voltar a falar sobre isso com mais vagar.

Já com a ideia de justiça (eu odeio os justiceiros de plantão) não podemos usar a mesma regra sempre. Aliás, a palavra regra nem cabe no teatro. “A única regra que existe no teatro é a de que não existem regras”, já dizia Dario Fo em seu Manual Mínimo do Ator. O fato foi que um ator não poderia estar presente no ensaio geral visto que ele tinha uma apresentação. Alguns atores colocaram que a regra era a de que quem não estivesse presente não poderia apresentar. Ora, devemos levar em conta o motivo da falta. Faltar por uma apresentação deveria ser motivo de comemoração. Vivemos num país onde se apresentar é cada vez mais raro e quando temos um aluno que já tem o êxito de estar numa companhia profissional deveríamos fazer de tudo para ajudar, conciliar, resolver. Mas não sei se o ciúmes, inveja, seja lá o que for, cega completamente um grupo de amigos que esse grupo é capaz de excluir, numa atitude “bigbrotheana” de “eliminar que dá trabalho”.

Grupo de amigos eu detesto! No Teatro somos, em primeiro lugar, grupo de atores, profissionais! Já escrevi sobre isso aqui no blog.

Mas apesar de tudo isso, gosto da dialética, das discussões, do colocar a cara a tapa e até mesmo do conflito que isso gera. Para os orientais é a partir do caos que se gera a solução.

Se esse capítulo gerar reflexões e transformações, certamente elevará o nível de quem está participando do conflito, até porque os covardes se afastam do duelo. Mas se cada um se cercar do que pensa, das próprias convicções fundadas num orgulho idiota, esse episódio terminará com pessoas apartadas e desmotivadas.

Quem é líder? O que quer para o seu grupo? Como se cercar de pessoas talentosas? Como administrar vaidades?

quarta-feira, 14 de março de 2012

Boccaccione volta em 2012 na escola Waldemar Roberto



Apresentação de trechos do espetáculo UBU REI para divulgação do início das atividades desse ano.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Prêmio - Cooperativa Paulista de Teatro

Foi uma viagem para São Paulo não como esperávamos... Um calor descomunal, um trânsito que fluía e uma festa que acabou muito cedo. O Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro ficou para o Grupo Barracão, de Campinas, com uma história linda e um repertório de espetáculo de altíssimo nível. A indicação, já sabíamos, era o nosso prêmio! Estar entre os grandes, entre artistas que admiramos, já é de uma satisfação plena.


Fico muito feliz porque nossos gritos Ubuescos estão ecoando de Ribeirão Preto para a Capital. Estamos fazendo uma trajetória inversa e provocando os olhares para a arte que acontece, com muita força e honestidade, no interior de São Paulo.

A cada encontro e reencontro com muitos artistas que vivenciaram o festival de Santos ao nosso lado ficava nítido: como somos queridos. Isso é muito bom. Ofereciam casas, apoio, queriam vir para Ribeirão Preto. Uma festa! Lembrando que o Teatro surgiu dessas festas em louvor a Dionísio, creio que estamos fazendo nosso trabalho como ato de Louvor.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

III Mostra de Teatro OLHO DA RUA - Santos/SP

Mar, você sabe o quanto te quero, mas desta vez te troquei por meu verdadeiro amor: o teatro!


Fui até Santos e o tempo chuvoso já anunciava que a praia, a mais popular atração da cidade, se renderia a III Mostra de Teatro de Rua organizada pela Trupe Olho da Rua.

Um aconchegante alojamento, pensado nos mínimos detalhes, acolheu diversos grupos de teatro de rua de todo o Brasil. Grupos que se apresentaram pelas praças, ruas, galpões, vielas e até mesmo na praia.

O grande professor Alexandre Mate conduziu os debates, críticas e reflexões conclamando os artistas para uma consciência politizada do que se faz na rua. Também me preencheu muito os encontros realizados no SESC falando sobre o papel da crítica e um pouco da história do teatro de rua.

Permanecer por todos os 5 dias na Mostra fez toda a diferença.
Momentos incríveis de trocas, de contatos, de reflexões, mas também de muita festa, alegria, música y otras cositas más...

Desejo que todos os festivais se espelhem nesse modelo para que nossa participação permita esse encontro maravilhoso entre artistas e as facetas da arte.

Registro aqui meu agradecimento profundo a TODOS os integrantes da Trupe Olha da Rua que, carinhosamente, cuidou desse bando de arruaceiros!

Ah... Sobre o mar... ele foi meu amante por uma tarde toda, afinal quem resiste a tamanha sedução?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mesa redonda - Os caminhos do Teatro para Crianças

Na manhã do domingo do dia 15 de janeiro nos reunimos no espaço cultural  FÁBRICA DE SONHOS para debatermos os caminhos do Teatro para Crianças.

Estavam presentes diversos diretores de espetáculos apresentados durante o Festival.

Os principais assuntos abordados:

Busca constante pela qualidade artística;

Trabalhos criados a partir da pesquisa e não apenas com o intuito de "vender rápido";

Criar espaços para o debate, apresentações e trocas sobre o Teatro para Crianças;

Pensar no Espetáculo para toda a família, afinal a criança geralmente está acompanhada;

O lúdico em cena;

Profissionalização e valorização da profissão pode remeter a uma valorização do trabalho. (Um ator, quando faz uma peça infantil, segundo o piso do SATED, deveria ganhar metade do que se paga a um ator de peça adulta. *O mesmo ocorre com o teatro de rua);

Temas para as peças: Clássicos, Dramaturgia nova, Releituras;

O que montar e Como montar?

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Muitas outras coisas foram discutidas e o calor do debate não consegue ser transferido para a tela do computador. Sugiro que esses tópicos acima possam nortear algumas indagações sobre a arte que desempenhamos e nosso papel enquanto "fazedores de teatro".

Um abraço!