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Esse blog é um espaço para a reflexão de como podemos fazer para Viver de Teatro.
É possível? Vale a pena?
Espero que meus relatos e os comentários postados aqui por vocês possam servir de debate nessa discussão.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Depois da Tempestade vem o que?


Quero comentar sobre dois assuntos que vibraram essa semana envolvendo a turma do curso técnico em Arte Dramática.

O grupo ainda não é grupo, pelo menos profissionalmente estão se empenhando para ser, mas já sofrem as dificuldades que um grupo enfrenta para se ajustar. Formados por pessoas diferentes é óbvio que as ideias e argumentos e alguns momentos se conflitem, mas que fique o que une esse pessoal: o fazer teatral.

Quando o fazer teatral for a massa de união entre artistas, quaisquer problemas pessoais serão dissolvidos e picuinhas não encontrarão espaços para proliferarem.

Num meio onde a vaidade e o egocentrismo brota mais que erva daninha, é comum ver atores com ciúmes entre si, sentindo-se injustiçados, expostos e o diabo a quatro.

Duas questões considero fundamental: 1 – Com Diretor não se discute. 2 – Não se tem o mesmo peso e a mesma medida para soluções parecidas.

Vou começar falando sobre essa afirmação forte de que com diretor não se discute. Gosto da figura do diretor, e, às vezes, também exerço esse papel. Quando delegamos esse “poder” para que um indivíduo exerça a função de direção de um grupo sabemos que ele é o líder e tem uma visão ampla sobre o espetáculo. O bom ator acata, executa. Entrar em discussões só gera um clima tenso e a dispersão de energia que deveria estar sendo gasta para a criação artística. Fui breve, mas posso, futuramente, voltar a falar sobre isso com mais vagar.

Já com a ideia de justiça (eu odeio os justiceiros de plantão) não podemos usar a mesma regra sempre. Aliás, a palavra regra nem cabe no teatro. “A única regra que existe no teatro é a de que não existem regras”, já dizia Dario Fo em seu Manual Mínimo do Ator. O fato foi que um ator não poderia estar presente no ensaio geral visto que ele tinha uma apresentação. Alguns atores colocaram que a regra era a de que quem não estivesse presente não poderia apresentar. Ora, devemos levar em conta o motivo da falta. Faltar por uma apresentação deveria ser motivo de comemoração. Vivemos num país onde se apresentar é cada vez mais raro e quando temos um aluno que já tem o êxito de estar numa companhia profissional deveríamos fazer de tudo para ajudar, conciliar, resolver. Mas não sei se o ciúmes, inveja, seja lá o que for, cega completamente um grupo de amigos que esse grupo é capaz de excluir, numa atitude “bigbrotheana” de “eliminar que dá trabalho”.

Grupo de amigos eu detesto! No Teatro somos, em primeiro lugar, grupo de atores, profissionais! Já escrevi sobre isso aqui no blog.

Mas apesar de tudo isso, gosto da dialética, das discussões, do colocar a cara a tapa e até mesmo do conflito que isso gera. Para os orientais é a partir do caos que se gera a solução.

Se esse capítulo gerar reflexões e transformações, certamente elevará o nível de quem está participando do conflito, até porque os covardes se afastam do duelo. Mas se cada um se cercar do que pensa, das próprias convicções fundadas num orgulho idiota, esse episódio terminará com pessoas apartadas e desmotivadas.

Quem é líder? O que quer para o seu grupo? Como se cercar de pessoas talentosas? Como administrar vaidades?

quarta-feira, 14 de março de 2012

Boccaccione volta em 2012 na escola Waldemar Roberto



Apresentação de trechos do espetáculo UBU REI para divulgação do início das atividades desse ano.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Prêmio - Cooperativa Paulista de Teatro

Foi uma viagem para São Paulo não como esperávamos... Um calor descomunal, um trânsito que fluía e uma festa que acabou muito cedo. O Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro ficou para o Grupo Barracão, de Campinas, com uma história linda e um repertório de espetáculo de altíssimo nível. A indicação, já sabíamos, era o nosso prêmio! Estar entre os grandes, entre artistas que admiramos, já é de uma satisfação plena.


Fico muito feliz porque nossos gritos Ubuescos estão ecoando de Ribeirão Preto para a Capital. Estamos fazendo uma trajetória inversa e provocando os olhares para a arte que acontece, com muita força e honestidade, no interior de São Paulo.

A cada encontro e reencontro com muitos artistas que vivenciaram o festival de Santos ao nosso lado ficava nítido: como somos queridos. Isso é muito bom. Ofereciam casas, apoio, queriam vir para Ribeirão Preto. Uma festa! Lembrando que o Teatro surgiu dessas festas em louvor a Dionísio, creio que estamos fazendo nosso trabalho como ato de Louvor.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

III Mostra de Teatro OLHO DA RUA - Santos/SP

Mar, você sabe o quanto te quero, mas desta vez te troquei por meu verdadeiro amor: o teatro!


Fui até Santos e o tempo chuvoso já anunciava que a praia, a mais popular atração da cidade, se renderia a III Mostra de Teatro de Rua organizada pela Trupe Olho da Rua.

Um aconchegante alojamento, pensado nos mínimos detalhes, acolheu diversos grupos de teatro de rua de todo o Brasil. Grupos que se apresentaram pelas praças, ruas, galpões, vielas e até mesmo na praia.

O grande professor Alexandre Mate conduziu os debates, críticas e reflexões conclamando os artistas para uma consciência politizada do que se faz na rua. Também me preencheu muito os encontros realizados no SESC falando sobre o papel da crítica e um pouco da história do teatro de rua.

Permanecer por todos os 5 dias na Mostra fez toda a diferença.
Momentos incríveis de trocas, de contatos, de reflexões, mas também de muita festa, alegria, música y otras cositas más...

Desejo que todos os festivais se espelhem nesse modelo para que nossa participação permita esse encontro maravilhoso entre artistas e as facetas da arte.

Registro aqui meu agradecimento profundo a TODOS os integrantes da Trupe Olha da Rua que, carinhosamente, cuidou desse bando de arruaceiros!

Ah... Sobre o mar... ele foi meu amante por uma tarde toda, afinal quem resiste a tamanha sedução?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mesa redonda - Os caminhos do Teatro para Crianças

Na manhã do domingo do dia 15 de janeiro nos reunimos no espaço cultural  FÁBRICA DE SONHOS para debatermos os caminhos do Teatro para Crianças.

Estavam presentes diversos diretores de espetáculos apresentados durante o Festival.

Os principais assuntos abordados:

Busca constante pela qualidade artística;

Trabalhos criados a partir da pesquisa e não apenas com o intuito de "vender rápido";

Criar espaços para o debate, apresentações e trocas sobre o Teatro para Crianças;

Pensar no Espetáculo para toda a família, afinal a criança geralmente está acompanhada;

O lúdico em cena;

Profissionalização e valorização da profissão pode remeter a uma valorização do trabalho. (Um ator, quando faz uma peça infantil, segundo o piso do SATED, deveria ganhar metade do que se paga a um ator de peça adulta. *O mesmo ocorre com o teatro de rua);

Temas para as peças: Clássicos, Dramaturgia nova, Releituras;

O que montar e Como montar?

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Muitas outras coisas foram discutidas e o calor do debate não consegue ser transferido para a tela do computador. Sugiro que esses tópicos acima possam nortear algumas indagações sobre a arte que desempenhamos e nosso papel enquanto "fazedores de teatro".

Um abraço!

domingo, 15 de janeiro de 2012

A Música como elemento lúdico - 14/01/2012

Neste último dia de Oficina cada aluno participante levou um instrumento musical ou algum objeto de onde pudesse extrair uma sonoridade interessante. Desenvolve os exercícios motivando o jogo do ator com a sonoplastia até criarmos uma cena baseada num conto francês.

Fotografias, trocas de e-mail, Facebook... O balanço foi muito positivo. Um momento para olhar o teatro de uma outra forma, de brincar, jogar e manter vivo o jogo de cena.

Às 15h assisti João e Maria e finalizei o dia vendo um monólogo. Algumas ices para brindar e comemorar esses dias dedicados ao teatro, muitas conversas na porta do espaço cultural Fábrica de Sonhos e hora de começar a fazer as malas, pois Ribeirão Preto me espera e já estou com saudade...

sábado, 14 de janeiro de 2012

13/01/2012 - Mais um dia em S. J. Rio Preto

No segundo dia de oficina discutimos a relação do jogo entre o ator e seus companheiros de cena, os elementos (cenário, figurino, adereços) e a plateia. O estímulo foi uma improvisação livre. Dois novos integrantes viram a compôr o grupo.

Na saga de assistir aos espetáculos apresentados no festival pude apreciar um trabalho embasado em uma cama elástica às 15h. Mas o que me chamou a atenção foi um grupo de crianças, alunos de teatro que se apresentaram às 17h. Muita energia e um jogo vivo deixava claro que aqueles meninos realmente gostavam de fazer teatro.

Na plateia do Municipal me surpreendi com uma mulher, sentada atrás de mim, que dizia para uma criança: "Não, essa peça não é das pintainhas..."
Virei para trás e me apresentei como ator e diretor do trabalho. Ela me disse que o menino havia amado o espetáculo e queria ver de novo. Ela fez o menino dizer do que se tratava a peça e ele comentou: "Biga da galinhas bancas cas petas". (lindo!!!)

Meia noite vi um trabalho muito interessante dirigido pelo querido Homero. A peça Orégano foi um dos pontos altos dessa temporada.

Não posso deixar de mencionar o contato que tive com alguns integrantes da Cia. Cênica. Conheci também o local onde ensaiam e guardam os elementos de cena. Compartilha os um pouco da organização de cada grupo e como se estrutura.

Amanhã tem mais...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Início da Oficina - O Ator e o Lúdico

12/01/2012

Primeira oficina do ano...

Acordei cedinho, tomei um delicioso café no hotel e fui para o espaço cultural Fábrica dos Sonhos. 7 sedentos alunos me esperavam. Conversamos sobre nossas trajetórias, nos apresentamos e fomos buscar compreender a relação do ator com o jogo, com a brincadeira em cena, com o lúdico.

Quebrar o pensamento naturalista e interpretar relacionando com uma encenação lúdica e simbólica é o objetivo dessa oficina. Começamos com exercícios corporais e vocais, sempre relacionando o grupo. Seguimos para criações de cena embasadas nas conhecidas fabulas de Esopo. Finalizamos com as analises das cenas e percebendo a dificuldade de manter vivo o jogo entre os atores.

Saindo da oficina fui almoçar com a galera que participa da organização do festival. Segui na maratona vendo 3 espetáculos: às 15h, 17h e 0h. Gente conhecida na platéia, ex-alunos de varias cidades por onde tenho passado...

Boa experiência, dia intenso e cansativo!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Teatro para Crianças é o maior barato

No dia 11 de Janeiro chegamos em São José do Rio Preto, uma cidade fantástica, que tem nos acolhido tão bem, para mais uma apresentação do Boccaccione. A primeira apresentação do ano. O início oficial dos novos integrantes da companhia, os atores Diego Freiria e Vilsinho Juri. Um nos ajudou na contra-regragem, o outro na luz do espetáculo Para Onde Leva o Rio.

O teatro Municipal de Rio Preto estava lotado, como em outras ediçōes, mostrando o sucesso do evento. A apresentação foi muito gostosa. Eu participei como ator no elenco, substituindo o Milton que ainda sofre com o problema da visão.

Almoçamos no delicioso restaurante português. Quando voltamos do almoço um incidente muito desagradável: haviam roubado a mochila da atriz Carol Nurza com seu figurino e se notebook. Improvisamos uma outra roupa e fomos para a cena tentando esquecer o problema. Faltou empenho da direção do teatro para ajudar a resolver. A produção do festival tentou de todas as formas nos ajudar... Alias, a produção desse festival é sempre muito cuidadosa conosco. Faz toda a diferença um evento artístico cuidado por artistas...

Finalizamos o dia (noite) no Mc Donald's. Todo o elenco partiu e eu fiquei para a oficina que aconteceria no dia 12. Gosto muito da presença de da companhia dos boccas... Fiquei com saudade!

Ah... Não posso deixar de mencionar o espaço lindo que está sediada a cia Fábrica dos Sonhos, organizadora do festival. Algumas atividades estão ocorrendo lá. Lugar lindo, muito bom gosto, funcional, equipado para oficinas e apresentações, além dos ensaios do próprio grupo. Vimos uma peça lá. Um tanto didática, mas vale pela diversidade que um festival proporciona. Meia noite estava lá eu de novo para ver uma adaptação do texto Esta Propriedade Está Condenada.

Agradeço a Drika e ao Fagner por sempre nos receber, guiar, contextualizar tão bem aqui em Rio Preto.

Amanhã tem mais...