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Esse blog é um espaço para a reflexão de como podemos fazer para Viver de Teatro.
É possível? Vale a pena?
Espero que meus relatos e os comentários postados aqui por vocês possam servir de debate nessa discussão.



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sábado é dia de ... trabalho!

Para muitas pessoas sábado é um dia de descanso, de ir ao clube, ver um filme no cinema, fazer compras no shopping, visitar a família, dia de futebol, churrasco...
Nós que vivemos de teatro descobrimos que estamos no caminho certo quando o fim de semana passa a ser um dia de trabalho.

Poderia ter escrito no título que sábado é dia de teatro, mas é certamente um dia de trabalho. Não existe só o prazer em fazer teatro existe o esforço para se fazer teatro.
Durante a manhã nos preparamos e organizamos o material de cena, vamos até o local escolhido para a apresentação, determinamos o espaço cênico a ser realizada a peça e montamos o cenário. Em seguida ministramos uma oficina de 2 horas e depois seguimos para a apresentação do espetáculo. Mas o trabalho não termina aí. Quando o sol se despede ainda estamos desmontando todo o arsenal e levamos para a sede do grupo onde finalizamos nosso dia de trabalho.

Esse procedimento ocorrerá todos os sábados até o fim do ano. Graças a Deus! Desejamos isso, fizemos um excelente projeto que foi aprovado pela secretaria municipal de cultura e agora estamos realizando nosso ofício.

A peça em questão é Ubu Rei, uma adaptação de Alfred Jarry, que contou com a direção de Tânia Alonso (Grupo Fora do Sério). Nesse novo espetáculo de rua nós da Cia Teatral Boccaccione ousamos em inserir no elenco da peça pessoas que não fazem partedo grupo e que, às vezes, nem são atores. Sim! Quando vamos até um determinado bairro ministramos uma oficina introdutória e preparamos quem participou da oficina para que faça parte da peça.

É uma ousadia gostosa, uma loucura sensata... Isso ajuda a peça nunca se cristalizar. A cada sábado temos a certeza de que será um dia de muito trabalho, mas também um dia de muitas novidades, de coisas imprevistas, de reformulação do método (se é que existe método).

Não podemos reclamar do excesso de trabalho, do cansaço ao carregar tanto peso, dos parafusos que não encaixam direito. Temos que celebrar! É a certeza de que estamos no caminho certo de quem quer viverde teatro.

E viva o Pai Ubu! Merd(r)a!