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Esse blog é um espaço para a reflexão de como podemos fazer para Viver de Teatro.
É possível? Vale a pena?
Espero que meus relatos e os comentários postados aqui por vocês possam servir de debate nessa discussão.



quarta-feira, 30 de março de 2011

Viver é Teatro

(por Mauro Cezar Rodrigues)

Desde a primeira vez que fui assistir a uma peça teatral infantil, na minha distante infância, senti uma atração e um respeito inomináveis pelo Teatro. A magia das luzes, os sinais de som, as personagens, o apagar das luzes, os atores e os aplausos, faziam-me e ainda fazem-me sentir uma emoção arrepiante.


Queria viver aquele e daquele “mundo”. Um mundo, alicerçado no corpo. Corpo este, inexistente sem a alma, que sempre tem algo a transmitir e a capacidade de transformar.

O Teatro é a fonte da mensagem verbal: a vontade, a sensibilidade, a palavra, a racionalidade... E da não verbal: a respiração, o olhar, o corpo, o lúdico...

Somos os protagonistas de nossas vidas e podemos observá-las com o olhar do Teatro, da arte. Quando sentimos fortes emoções, principalmente quando amamos ou nos apaixonamos, a nossa percepção de vida é lírica, passamos a narrar nossa vida em poesia.

Já no nosso dia-a-dia, a vida pode ser sentida e “vivida” no gênero épico - Uma narrativa que começa no dia em que tomamos consciência de nossa existência, fundindo-se entre atos, num conto ou numa crônica com fatos comuns e incomuns, inerentes à simplicidade e à complexidade de viver e conviver.

Emoções fortes, intrigas, perdas e decepções com ingredientes de alegria, tristeza, encantos, desencantos e fé. A vida imita a arte ou a arte licencia a vida? Outra confluência, agora sob o prisma do gênero dramático, recheado de elementos da tragédia, da comédia, do drama e até de um auto.

No momento em que fui convidado a escrever essas linhas, pude perceber um subgênero, o ensaístico.

Se Shakespeare escreveu: “Pois o objetivo do teatro, a princípio e agora, foi e é oferecer uma espécie de espelho à natureza, mostrar à virtude os seus próprios traços, à derrisão a sua exata efígie, à sociedade a verdadeira imagem do seu tempo...”, ratifica-se a observação de que a vida é uma peça de Teatro que se encena todos os dias.


Contudo, “o viver de Teatro” é um pouco mais complexo. Num país de políticas educacionais e culturais que beiram o amadorismo, a falta de fiscalização - principalmente fora do eixo Rio - São Paulo - e o desmazelo de outrem com manifestações “artísticas gratuitas e sem sentido”, faz com que muitos não consigam ganhar seu pão apenas com ofício teatral. Sem contar o preconceito que em pleno século XXI é inerente a qualquer atividade artística.

Fica clara a percepção de que “o viver de Teatro” passa pela transmissão de seriedade e pela transformação da visão e atitude de seus participes. Nada mais do que respeito e comprometimento.



Mauro Cezar Rodrigues é ator, locutor, jornalista e professor na área social e de comunicação.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Trabalho chama Trabalho

É difícil viver de Teatro? Não sei... Às vezes me parece que sim, que nossos cachês não são tão altos, que as leis de incentivo só incentivam quem já tem “nome”, que nossa arte é considerada supérflua ou complexa demais para a sociedade atual. Mas não posso reclamar dessa dureza.
Venho engatando um trabalho atrás do outro desde que iniciei nessa profissão. As portas vão se abrindo, os colegas indicando e o constante aperfeiçoamento e o empreendedorismo vêm ajudando a me consolidar nessa área.

Penso que nós, homens (e mulheres) de teatro somos responsáveis pelo nosso próprio marketing. “QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO”. Essa máxima da publicidade também se aplica a nós! Freqüentar os teatros, participar de oficinas, mesas redondas, palestras... Nunca paramos. Estamos em constante aprendizado.

Por isso acredito muito que realizando bons trabalhos, com seriedade, ética, honestidade na proposta artística, comprometimento com a estética, apresentando o resultado de uma pesquisa dá credibilidade e nos revela como pessoas envolvidas com a ARTE e não com caprichos e cagadas (embora sempre desejamos “merda” não é por isso que vamos realizar nosso trabalho com esse fedor).

Naquela platéia estranha, ao seu lado na sala de aula, lendo o que você posta nas redes sociais, vendo a matéria que saiu sobre seu trabalho no jornal, enfim, nesses lugares e em tantos outros pode estar aquela pessoa que será o seu passaporte para o mercado de trabalho. É bem pertinho da gente que se encontra as molas propulsoras para o nosso crescimento profissional, principalmente nessa linda área do teatro.

“Só se ama aquilo que se conhece”.

A Sala de Aula é um espaço adequado para o Teatro?

Muitos professores têm pedido para que eu poste alguns temas relacionados ao Teatro na Sala de Aula. Acreditando que essa forma de expressão das Artes Dramáticas pode preparar o aluno da escola comum (entenda aqui a escola que não é específica para um curso de Teatro) resolvi colaborar neste sentido.

Em primeiro lugar: fazer Teatro não é “montar pecinha”. Aliás, não há termo mais pejorativo com a nossa arte do que esse. Nosso trabalho é muito grande para se chamar de “pecinha”.

O aluno deve ser inserido com sutileza aos Jogos Teatrais, tranquilamente que quando ele se der conta já estará participando com os demais alunos e tão envolvido estará que sempre desejará participar.

O professor deve respeitá-lo, deixá-lo à vontade na sala e preparar suas atividades com segurança e conhecimento de causa, para que seus olhos revelem o conteúdo que será transmitido.

Uma dica valiosa é organizar a sala de aula, que muitas vezes não está preparada para a atividade teatral. Não precisamos de um teatro para que nossas aulas se realizem em plenitude. Se esperarmos a sala ideal, a escola ideal, o aluno ideal NÃO SEREMOS OS PROFESSORES IDEAIS. Nossa capacidade de criatividade é muito grande para apenas reclamarmos dos problemas encontrados. É preciso que a sala esteja limpa e que afastem as carteiras para obter mais espaço e evitar que um aluno se machuque. Uma sugestão é convidar os alunos a participarem deste momento, orientando que façam essa ação com cuidado, silêncio e organização (isso já pode ser considerado um jogo dramático?).

Não se esqueçam das roupas adequadas: tecidos leves, vestimentas que possibilitem os movimentos. Evitar calças jeans e saias apenas com shorts por baixo! Ah... um pezinho cheiroso e as axilas com desodorante evitam desmaios (risos).

Durante um bom tempo o professor deve preparar suas aulas com:
  • Aquecimento Corporal
  • Aquecimento Vocal
  • Jogos Dramáticos

Preparando o corpo: conhecendo o próprio corpo e seus limites o aluno perceberá a presença do corpo do outro. Aquecer as articulações, promover espreguiçamentos (alongamentos) e deixar o corpo em estado de prontidão trará um rendimento efetivo nas aulas.

Preparando a voz: o professor e o ator, entre outros, são profissionais da voz. Aproveite esse tempo com os alunos e aqueça sua voz, juntamente com eles, para evitar danos e melhorar o rendimento vocal. Conhecendo bem a voz o aluno poderá utilizá-la de várias formas. Vibração de lábios (imitando carrinho) alternando em graves e agudos além de divertido é muito eficaz.

Vamos aos jogos...
 É um momento divertido de espontaneidade. O aluno só precisará ter vontade de se lançar ao desconhecido. É o momento de o aluno criar e do professor orientar. Não mostramos o COMO, apenas provocamos com a problemática uma situação que o aluno deverá resolver.

E aí? Vamos Jogar?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Verdade Artística

Por Constatin Stanislavski

A Verdade cênica não é a pequena verdade exterior que leva ao naturalismo. (...) É aquilo em que vocês podem acreditar com sinceridade. (...) Para que seja artística aos olhos do ator e do espectador, até mesmo uma inverdade deve transformar-se em verdade.

(...) O segredo da arte é converter uma ficção numa bela verdade artística.

(...) A partir do momento em que o ator e o espectador passam a duvidar da realidade [da vida do ator na peça], a verdade se esvai, e com ela a emoção e a arte. Elas são substituídas, então, pela dissimulação, pela falsidade teatral, pela imitação e pela atuação rotineira.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Teatralidade

(Resumo a partir do livro Dicionário de Teatro – Patrice Pavis – Ed. Perspectiva)


Nossa época teatral se caracteriza pela busca dessa teatralidade por demasiado tempo oculta.

(...) A teatralidade seria aquilo que, na representação ou no texto dramático,é especificamente teatral (ou cênico) no sentido que o entende, por exemplo A. Artaud, quando constata o recalcamento da teatralidade no palco europeu tradicional: “Como é que o teatro tudo o que é especificamente teatral, isto é, tudo o que não obedece à expressão pela fala, pelas palavras, ou,se quisermos, tudo o que não está contido no diálogo, seja deixado em segundo plano?”

A teatralidade pode opor-se ao texto dramático lido ou concebido sem a representação mental de uma encenação. Em vez de achatar o texto dramático por uma leitura, a espacialização, isto é, a visualização dos enunciadores, permite fazer ressaltar a potencialidade visual e auditiva do texto, apreender sua teatralidade.

“Que é Teatralidade? É o teatro menos o texto, é uma espessura de signos e de sensações que se edifica em cena a partir do argumento escrito, é aquela espécie de percepção ecumênica dos artifícios sensuais, gestos, tons, distâncias, substâncias, luzes, que submerge o texto sob a plenitude de sua linguagem exterior.” (BARTHES)

Do mesmo modo, no sentido artaudiano, a teatralidade se opõe à literatura, ao teatro de texto, aos meios escritos, aos diálogos e até mesmo, às vezes, à narratividade e à ‘dramaticidade’ de uma fábula logicamente construída.

É preciso buscar a teatralidade na forma da expressão, na maneira pela qual o texto fala do mundo exterior e do qual mostra (iconiza) o que ele evoca pelo texto e pela cena.

• Roland BARTHES (1915 – 1980) foi escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês.

Como Nasrudin Criou a Verdade

(Não só de Teorias de Teatro vive um ator... Segue uma história interessante para preenchermos nosso interior)

Como Nasrudin Criou a Verdade

 Por Khawajah Nasr Al-Din (século XIV/ Turquia)

- As leis não fazem com que as pessoas fiquem melhores – disse Nasrudin ao Rei. – Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sintonia com a verdade interior, que se assemelha levemente à verdade aparente.

O Rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que poderia fazê-las observar a autenticidade – e assim o Rei o faria.

O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela, o Rei ordenou que fosse construída uma forca.

Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o Chefe da Guarda estava a postos em frente de um pelotão para testar todos os que ali passassem. Um edital fora imediatamente publicado: “Todos serão interrogados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso mentir, será enforcado.”

Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte.

- Onde o senhor pensa que vai? – perguntou o Chefe da Guarda.

- Estou a caminho da forca – respondeu Nasrudin, calmamente.

- Não acredito no que está dizendo!

- Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar.

- Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade!

- Isso mesmo – respondeu Nasrudin, sentindo-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade.

domingo, 20 de março de 2011

Nossa Arte é Muitas Vezes Solitária




Pode parecer discrepante falar sobre a solidão da nossa profissão, principalmente porque nos últimos ‘posts’ tenho escrito sobre a importância do trabalho em grupo, mas travamos uma diletante busca entre o trabalho coletivo, aquele onde eu necessito do outro, e o trabalho individual, onde eu acrescento ao grupo o MEU material.

Vejo alguns atores chegando nos ensaios extremamente vazios e numa atitude vampiresca se colocam como chupins sugando tudo o que os seus colegas oferecem como material de pesquisa. Como parasitas esperam de todos o que se deve fazer e são incapazes de tomarem a iniciativa, oferecer propostas.

É necessário que tenhamos um tempo nosso. Tempo para refletir porque eu faço essa arte? Porque decidi, através do teatro, expor às pessoas tantas coisas? Somente no silêncio da solidão artística podemos ouvir essas respostas.

É importante ressaltar que na solidão artística o ator estuda a sua personagem, questiona o texto, pensa na ação física e, depois, em conjunto coloca suas idéias em prática.

Bendito seja o trabalho em grupo, mas bendita seja a solidão inspiradora que nós, artistas, desejamos ter!

Merda! . !

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ensaio

Muitos alunos ansiosos e que ainda não compreendem o processo de criação que ocorre no teatro têm dificuldades em entender a necessidade de tantos ensaios. Achei uma definição bastante didática que pode ser conferida no livro DICIONÁRIO DE TEATRO de Patrice Pavis, Editora Perspectiva.

ENSAIO - "Trabalho de aprendizagem do texto e do jogo cênico efetuado pelos atores sob direção do encenador. Esta atividade preparatória do espetáculo ocupa o conjunto da companhia e assume formas bastante diversas (encenação). Peter Brook observa que a palavra francesa evoca um trabalho quase mecânico, ao passo que os ensaios se desenvolvem cada vez de maneira diferente, e são, às vezes, criativos. Se não o fossem ou se prolongassem na repetição infinita da mesma peça, a morte do teatro seria rapidamente perceptível. O alemão Probe ou o espanhol ensayo ("tentativa") traduz melhor a ideia de experimentação e de tateio antes da adoção da solução definitiva."

Vamos utilizar os ensaios para experimentar, criar, buscar soluções, manter vivo o jogo cênico!!!

Merda!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Exclusividade

Acordo cedo, durmo tarde, trabalho os 3 turnos do dia para receber um salário digno no fim do mês. Acontece que algumas escolas confundem PRIORIDADE com EXCLUSIVIDADE.

PRIORIDADE eu dou para cada escola nos horários especificados no contrato. Se meu tempo programado para desenvolver minhas atividades são aqueles acordados não tenho condições físicas (e espaciais) de estar em 2 lugares ao mesmo tempo.

Se querem EXCLUSIVIDADE precisam pagar alto para isso. Mas mexer no bolso dói... Melhor doer neles do que em mim. Organizo meus horários, preparo minhas aulas, tenho uma presença exemplar e não atraso prazos para entregar os projetos. O que mais? Mais que isso é tentar centralizar um artista que busca e preza pela liberdade.

Saber impôr e respeitar os limites é uma necessidade para quem quer seguir vivendo de teatro.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Espaço Aberto

Acredito muito que o compartilhamento de ideias e reflexões nos ajudam a entender e a descobrir melhores caminhos para seguir vivendo de teatro.

Para isso deixo tenho convidado algumas pessoas para que possam escrever um pouco sobre esse tema.

Envie sugestões de nomes, pautas para entrevistas ou até mesmo suas reflexões sobre o assunto que postarei com o maior prazer.

Meu contato pessoal é joaopaulohf@yahoo.com.br

Vamos nos comunicar, teatreiros!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Espírito de Coletividade

Quero compartilhar com vocês esse pensamento de Eugênio Kusnet que pode ser encontrado no livro Ator e Método, escrito por ele e publicado pelo Serviço Nacional de Teatro – Ministério da Educação e Cultura/ RJ – 1975 Coleção Ensaios

Muito atual e universal, como toda obra genial.

“Entre todas as artes, a arte dramática talvez seja a única que só em casos de absoluta exceção poderia ser exercida por apenas uma pessoa. Ela é essencialmente sujeita ao  resultado do trabalho de conjunto, de equipe.
Quanto maior for a harmonia existente entre os elementos da equipe, seja em teatro, em cinema ou em televisão, quanto maior for o ESPÍRITO DE COLETIVIDADE no trabalho, tanto melhor será o resultado. Entre parênteses: a palavra “elenco” na União Soviética é traduzida por “coletivo”.

Por isso as palavras do  escritor Anton Tchecov sobre coletividade em geral, podem ser perfeitamente aplicadas ao trabalho de equipe teatral: “Se cada um de nós aplicasse o máximo  de sua capacidade no cultivo de seu terreno, em que belo jardim se transformaria a nossa terra!”

E isso só é possível quando se trabalha com muito amor. Esse amor pelo trabalho coletivo em teatro nunca deve ser superado pelos anseios e vaidades pessoais. Nós, gente de teatro, somos vaidosos por excelência, pela própria natureza de nossa arte que é exibicionista, mas o essencial é que a nossa vaidade seja construtiva e não prejudicial ao trabalho coletivo. “Ame a arte em você, mas não a você a arte”. Essa frase de Stanislavski também nunca deve ser esquecida pela gente de teatro.”
















quarta-feira, 9 de março de 2011

Unidade + Individualidade. É possível?

Para que eu pudesse encontrar um espaço de desenvolvimento artístico dentro da pesquisa do fazer teatral que eu havia iniciado precisei encontrar um GRUPO.
Em conjunto as dificuldades são superadas com mais facilidade e as alegrias são saboreadas com mais festa.

Claro que nem todos os dias de convivência são dias pacíficos, tranqüilos e cheios de inspiração. Muitas vezes a preguiça de um acaba inflamando a todos, mas na maioria das vezes, quando trabalhos em equipe, um procura animar o outro no desafio diário de se viver de teatro.

Cabe a cada um aprender a tolerar, conviver com os vícios, dificuldades, estresses, chateações, ignorâncias dos outros. Um bom líder geralmente é aquele que detecta os diferentes traços de personalidade dos integrantes, organiza, ajuda a amenizar os “defeitos” e a valorizar as “qualidades”. Nem tudo são flores, mas tampouco apenas espinhos.

Não só o meu grupo como qualquer outro vivencia, diariamente, uma luta para alinhar as diferentes formas de se pensar ARTE, os diferentes anseios e expectativas, mas quando entendemos que estamos juntos por uma causa nobre e única, que através de nós o homem poderá se ver através de outro homem, nesses momentos nos tornamos um e esse corpo chamado GRUPO (Companhia, Trupe, etc) é responsável por uma ação fabulosa e fantástica: A MAGIA DO TEATRO.

Em busca da unidade sem perder a individualidade. Complexo, mas instigante... Como o Teatro...

Merd®a

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Arte de Trabalhar em Grupo

Todos nós estamos cansados de saber que Teatro = Trabalho em equipe. Outro dia o grande crítico e diretor teatral Toninho do Valle disse que o teatro é colaborativo por excelência, isto é, o diretor colabora com o ator, que colabora com o autor, e por aí vai... A nossa arte precisa de uma total integração para que o resultado aconteça de forma positiva.

Não existe nada mais complicado do que participar de um processo criativo onde, nos ensaios, um ator quer destruir o outro, onde não há parceria, colaboração e onde o individualismo pretende ser maior que o coletivo.

Criar um clima favorável no ambiente de trabalho é vital para o rendimento do grupo. Alguns atores, para que possam se engrandecer, procuram diminuir seus colegas, outros se julgam diretores e impedem que o encenador dê continuidade à sua função, existem ainda aqueles que acreditam que os ensaios devam girar ao seu redor, chamando a atenção de todas as formas.

As ervas daninhas, nome carinhoso que chamo esses atores que não sabem a definição elementar do teatro, essas pragas devem ser arrancadas pela raiz ou então destruirão toda a equipe com fofocas, intrigas e todo mal que nem ousamos pensar. Claro que podemos pensar na forma de inserção dessas pessoas, mas para que um ser humano se transforme ele, primeiro, precisa desejar essa transformação.

Continuarei falando sobre esse assunto em outro tópico, afinal trabalhar em equipe não é para qualquer um. Além de vocação precisa ter muito saco!

Merd®a