Como não houve espaço para o bate-papo no FESTIVALE, resolvi falar um pouco, aqui mesmo, sobre a excelente crítica que recebemos de Alexandre Mate – Doutor em História Social pela USP e professor do instituto de Artes da UNESP – São Paulo.
Os comentários de Alexandre Mate estão itálico e a crítica completa pode ser lida no site do Festival.
http://www.fccr.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1280:criticas-festivale&catid=81:festivale&Itemid=88#um_ubu
“O primeiro destaque é levar Ubu Rei para os logradouros públicos. Segundo é construir a obra a partir de diversos expedientes ligados ao teatro popular e, também, ao teatro épico, especialmente aquele sistematizado por Bertolt Brecht.”
Quando resolvemos pensar em um novo trabalho de rua o texto UBU REI de Alfred Jarry não saída da minha cabeça.
A idéia era utilizar a rua como espaço de criação e exploração espacial. A proposta era que as cenas pudessem ocorrer num andaime, com seus planos e possibilidades.
“No geral, apesar de o épico-brechtiano pressupor ausência de unidade estilística, a encenação dos boccaccioni é uma grande e escatológica farsa.”
Uma outra idéia também me impulsionava: inserir pessoas, que tivessem experiências com teatro ou não, em uma oficina preparatória para a peça. A intenção era a de que essas pessoas pudessem participar do espetáculo, com figurinos, marcações e textos. Queria levar às últimas conseqüências a improvisação que a rua possibilita. Esse jogo só seria possível com uma dedicação imensa dos atores numa doação generosa de tempo entre sua atuação e a condução dos oficinandos.
A Cia. Teatral Boccaccione é formada por um bando de atores, mas – e o lance é genial – para apresentar a obra, eles oferecem uma oficina da qual saem participantes, que se somam ao bando original, cuja função cênica principal e a de coro.
Fazia tempo que eu não era dirigido e minha vocação chamava aos gritos! Convidamos, então, a querida Tânia Alonso para dirigir o espetáculo com essas idéias concebidas.
O resultado está aí: um espetáculo anárquico que vem ganhando espaço e projetando a companhia por grandes festivais.
“Finalizo cumprimentando a diretora Tânia Alonso que dirige a obra e conseguiu criar um surpreendente, farsesco e interessantíssimo espetáculo de rua.”
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