(por Mauro Cezar Rodrigues)
Desde a primeira vez que fui assistir a uma peça teatral infantil, na minha distante infância, senti uma atração e um respeito inomináveis pelo Teatro. A magia das luzes, os sinais de som, as personagens, o apagar das luzes, os atores e os aplausos, faziam-me e ainda fazem-me sentir uma emoção arrepiante.
Queria viver aquele e daquele “mundo”. Um mundo, alicerçado no corpo. Corpo este, inexistente sem a alma, que sempre tem algo a transmitir e a capacidade de transformar.
O Teatro é a fonte da mensagem verbal: a vontade, a sensibilidade, a palavra, a racionalidade... E da não verbal: a respiração, o olhar, o corpo, o lúdico...
Somos os protagonistas de nossas vidas e podemos observá-las com o olhar do Teatro, da arte. Quando sentimos fortes emoções, principalmente quando amamos ou nos apaixonamos, a nossa percepção de vida é lírica, passamos a narrar nossa vida em poesia.
Já no nosso dia-a-dia, a vida pode ser sentida e “vivida” no gênero épico - Uma narrativa que começa no dia em que tomamos consciência de nossa existência, fundindo-se entre atos, num conto ou numa crônica com fatos comuns e incomuns, inerentes à simplicidade e à complexidade de viver e conviver.
Emoções fortes, intrigas, perdas e decepções com ingredientes de alegria, tristeza, encantos, desencantos e fé. A vida imita a arte ou a arte licencia a vida? Outra confluência, agora sob o prisma do gênero dramático, recheado de elementos da tragédia, da comédia, do drama e até de um auto.
No momento em que fui convidado a escrever essas linhas, pude perceber um subgênero, o ensaístico.
Se Shakespeare escreveu: “Pois o objetivo do teatro, a princípio e agora, foi e é oferecer uma espécie de espelho à natureza, mostrar à virtude os seus próprios traços, à derrisão a sua exata efígie, à sociedade a verdadeira imagem do seu tempo...”, ratifica-se a observação de que a vida é uma peça de Teatro que se encena todos os dias.
Contudo, “o viver de Teatro” é um pouco mais complexo. Num país de políticas educacionais e culturais que beiram o amadorismo, a falta de fiscalização - principalmente fora do eixo Rio - São Paulo - e o desmazelo de outrem com manifestações “artísticas gratuitas e sem sentido”, faz com que muitos não consigam ganhar seu pão apenas com ofício teatral. Sem contar o preconceito que em pleno século XXI é inerente a qualquer atividade artística.
Fica clara a percepção de que “o viver de Teatro” passa pela transmissão de seriedade e pela transformação da visão e atitude de seus participes. Nada mais do que respeito e comprometimento.
Mauro Cezar Rodrigues é ator, locutor, jornalista e professor na área social e de comunicação.
Mauro, muito obrigado pela colaboração... Quando quiser escrever mais, fique a vontade. Suas palavras possibilitaram reflexões e provocaram emoções!
ResponderExcluirMerda...
Jota,
ResponderExcluirAdmiro seu trabalhe e sua pessoa! Além do mais sou um fã do Boca!
Grato pela oportunidade!
Merda sempre!