(Resumo a partir do livro Dicionário de Teatro – Patrice Pavis – Ed. Perspectiva)
Nossa época teatral se caracteriza pela busca dessa teatralidade por demasiado tempo oculta.
(...) A teatralidade seria aquilo que, na representação ou no texto dramático,é especificamente teatral (ou cênico) no sentido que o entende, por exemplo A. Artaud, quando constata o recalcamento da teatralidade no palco europeu tradicional: “Como é que o teatro tudo o que é especificamente teatral, isto é, tudo o que não obedece à expressão pela fala, pelas palavras, ou,se quisermos, tudo o que não está contido no diálogo, seja deixado em segundo plano?”
A teatralidade pode opor-se ao texto dramático lido ou concebido sem a representação mental de uma encenação. Em vez de achatar o texto dramático por uma leitura, a espacialização, isto é, a visualização dos enunciadores, permite fazer ressaltar a potencialidade visual e auditiva do texto, apreender sua teatralidade.
“Que é Teatralidade? É o teatro menos o texto, é uma espessura de signos e de sensações que se edifica em cena a partir do argumento escrito, é aquela espécie de percepção ecumênica dos artifícios sensuais, gestos, tons, distâncias, substâncias, luzes, que submerge o texto sob a plenitude de sua linguagem exterior.” (BARTHES)
Do mesmo modo, no sentido artaudiano, a teatralidade se opõe à literatura, ao teatro de texto, aos meios escritos, aos diálogos e até mesmo, às vezes, à narratividade e à ‘dramaticidade’ de uma fábula logicamente construída.
É preciso buscar a teatralidade na forma da expressão, na maneira pela qual o texto fala do mundo exterior e do qual mostra (iconiza) o que ele evoca pelo texto e pela cena.
• Roland BARTHES (1915 – 1980) foi escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês.
obrigada!
ResponderExcluirobrigada!
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