Ainda me questiono se a obrigatoriedade para o Teatro funcionaria de fato. Acredito mais que o desejo em obter algo impulsiona mais o ser humano. Quando criança eu era obrigado a estudar matemática e hoje só faço contas com uma calculadora. Durante o colegial tinha aulas obrigatórias de biologia e depois do vestibular nunca mais quis saber a composição de uma planta.
Vejo como a mídia de consumo é eficaz, faz com que a maioria da população deseje um bem. Fazem-nos acreditar que cerveja é sinônimo de alegria e consumimos isso com essa crença.
A TV tem sido a grande guia comportamental dos nossos dias... Retomo a ideia de que em todas as escolas existem quadras e um professor que ensina futebol e por isso temos um país que, em sua maioria, tem o hábito de falar sobre, alguns se julgam verdadeiros críticos de futebol com suas análises. Mas vejo a TV impulsionando isso. Temos um jornal específico em cada canal sobre esporte e que fala em 85% de suas matérias sobre futebol. Em todos os jornais televisivos temos uma pauta para esportes, sempre valorizando o futebol. E o que percebemos: estádios cheios, mesmo que seja para incentivar o time para subir da segundona para a primeira e por aí vai, como vemos aqui mesmo em Ribeirão Preto.
Não temos um Globo Cultura, não temos um caderno específico para isso nos grandes jornais... A programação cultural do maior canal brasileiro se restringe ao Vídeo Show, que divulga o que? NOVELAS. Talvez por isso a maioria da população acredita que esse entretenimento seja o mais prazeroso (por certo é mais cômodo).
Que bom seria se o espaço para a divulgação do Teatro fosse maior... Dentro da Folha e do Estadão, na Ilustrada ou no Caderno 2, raramente vemos críticas de espetáculos. Com a falta de divulgação não criamos a necessidade em consumir essa arte.
Quando não temos fome de arte logo consumimos outros aperitivos mais paltáveis na linha fast food.
Já reparou que em algumas propagandas de alimentos são exatamente na hora em que estamos com fome? Aproveitam desse clamor do nosso estômago para atiçarem nossa vontade por aquele tipo de comida que estão vendendo.
Não vendemos bem a nossa arte. Não geramos necessidades artísticas no povo, embora elas sejam vitais...
Você tem fome de quê?
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