Acendendo a Chama
Ainda muito pequeno, no interior de São Paulo, no porão de uma casa antiga, construída em 1903, na Cidade de Cajuru, comecei a criar histórias, personagens e assim iniciei minha vida na arte. Não tem porque desprezar toda essa experiência mágica, nem porque menosprezar a iniciação na teatralidade por causa de tão pouca idade. Dessa forma, reunindo os amigos que moravam por perto, com uma caixa de bicicleta pintada e recortada em pequenas janelas, com fantoches nas mãos e a trilha executada em uma pequena “sonata” comecei, sem consciência alguma, a mergulhar nessa arte que se tornaria a minha vida.
Com 13 anos, quando todos os meus primos, na noite de Natal, ganhavam brinquedos como presentes eu me alegrava em receber um livro com cinco peças da Maria Clara Machado. Naquelas férias eu me deliciei na rede lendo e imaginando aquelas histórias. Como eu queria atuar. Cada vez mais forte essa vocação gritava em meu peito.
Na escola, a professora de português, dona Leninha, propôs que montássemos uma peça. Escolhi o texto “História do País dos Avessos” de Edson Gabriel Garcia. Assumi o papel de ator, interpretando o Rei Linguão, diretor, cuidando das marcações dos colegas de classe, que sem entender contribuíam com minha loucura e se divertiam com isso, cenógrafo, usando a cadeira de balanço da minha avó e figurinista, vestindo o roupão de banho azul do meu pai.
Segui fazendo teatro na escola e quando me perguntavam o que eu gostaria de ser, quando crescesse, eu, sem titubear, logo respondia: ATOR!
Sonhos de uma infância bonita e intensa...
Ateando Fogo
É interessante perceber como sempre aliei minha vontade de representar com as atividades que desempenhava. Tive um grande amigo, Daniel, que possuía uma câmera. Usávamos minha casa como locação. Eu criava os roteiros, outros amigos participavam, o Daniel filmava e, logo, estava pronto uma dezena de filmes caseiros. Divertíamos-nos demais com isso.
Além do meio escolar fiz teatro na semana de jogos da cidade, jogos interclubes e na igreja. Gente, como eu contei, através do Teatro, a vida dos Santos! Foram momentos intensos, mas eu queria mais. Queria ir além.
Chegou, então, o vestibular. Algumas pessoas diziam que eu deveria cursar alguma faculdade que rendesse dinheiro, mas eu queria Artes Cênicas. E num dia de copa do mundo, enquanto todo mundo comemorava a vitória do Brasil, em julho de 1998 eu comemorava a minha entrada na faculdade de Artes Cênicas.
Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida...
Amado!
ResponderExcluirQue linda sua história...Que sua vida no palco seja eternamente iluminada...Bjus
E conta mais...
hehe. Muito obrigado pelo carinho. Vou contando. Na próxima postagem vou falar sobre meu período na faculdade.
ResponderExcluirinspirador! gosto muito de ouvir (ou ler, nesse caso) oq vc tem a dizer sobre a sua paixão pela arte. isso é, sem dúvida, uma das coisas que me faz acreditar no nosso trabalho...
ResponderExcluirbeijo da nurza!